segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Claudia Rodrigues e o transplante de células-tronco para esclerose múltipla

A humorista Claudia Rodrigues foi destaque na mídia após realizar um tratamento com células-tronco para esclerose múltipla, doença que a atriz enfrenta desde 2000. 

O que é a doença esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica que compromete o sistema nervoso central e atinge 2,5 milhões de pessoas no mundo - sendo 30 mil no Brasil - em uma proporção de três mulheres para cada homem. Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, a faixa de maior incidência é entre 20 e 40 anos. 
A doença afeta o sistema imunológico do corpo, que confunde células saudáveis do próprio corpo com células "intrusas", e as ataca provocando lesões no cérebro. O sistema imune do paciente ataca a bainha de mielina - capa de gordura que envolve as ramificações dos neurônios com o objetivo de protegê-los e facilitar a propagação de estímulos. A bainha de mielina funciona como o plástico isolante que encapa o fio elétrico. Quando danificada, leva à falha na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do corpo, em um processo irreversível. Para escrevermos, por exemplo, o cérebro envia um sinal que, por meio do sistema nervoso central, atinge o sistema nervoso periférico e chega à mão, realizando o movimento. Para uma pessoa com esclerose múltipla, que não dispõe da proteção da bainha de mielina, esses estímulos serão dispersos antes mesmo de chegar à mão, impedindo a ação. Com o passar do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral.
Causas possíveis são herança genética - quando há histórico familiar, o risco cresce de quatro a cinco vezes - e fatores ambientais, como infecções virais, falta de exposição ao sol e tabagismo.

Tratamento para esclerose múltipla e as células-tronco

Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, o tratamento conta em abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. Corticosteroides podem ser usados pois são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos.  Os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a diminuir a recorrência e o impacto dos surtos que diminuem tanto a qualidade de vida dos portadores de esclerose múltipla. Novas drogas estão sempre aparecendo mas muitos pacientes não respondem bem ao tratamento. Em ultimo caso, quando já foram tentados todos os outros tratamentos, pode-se pensar num transplante de células-tronco.
Existem mais de 50 clinical trials registrados pela FDA em andamento com células-tronco mesenquimais, muitos já concluíram a fase 2. Entretanto é necessário saber que o transplante de células-tronco ainda é experimental e muitos testes devem ser feitos antes de ser liberado para uso.
Assim como a atriz, muito pacientes se submetem à transplantes como ultima opção. Mas os resultados animadores do transplante muitas vezes justificam o risco. Muitos pacientes tem tido resultados ótimos, e até remissão da doença. Tanto com transplante de medula, como no caso da Claudia Rodrigues, como com transplante de células-tronco mesenquimais.

Resultados como esse podem salvar muitas vidas e justificar, mais uma vez, a importância do armazenamento das células-tronco mesenquimais para uso futuro. Mas lembre-se, a equipe que cuida das suas células-tronco deve ter capacidade para manipula-las e entregar para o médico em condições adequadas para o tratamento. Procure sempre saber a qualidade cientifica e experiência de quem cuida da sua saúde!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Transplante de células-tronco no pênis pode tratar disfunção erétil

Conhece alguém que possui disfunção erétil após ter tido câncer de próstata? Um transplante de células tronco pode ser a solução!
O Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) em comunicado deu um parecer sobre o estudo clinico.

"Doze pacientes que sofriam de disfunção erétil grave após o câncer de próstata receberam um transplante de células-tronco mesenquimais no pênis. Depois de seis meses, os pacientes perceberam melhorias significativas na relação sexual, ereção, rigidez peniana e qualidade do orgasmo", resumiu um dos pesquisadores René Yiou.
A impotência sexual é uma sequela comum da remoção cirúrgica do câncer de próstata, o que afeta a qualidade de vida e a auto-imagem dos homens envolvidos. O transtorno é devido ao "resultado de lesões nos vasos sanguíneos e nervos do pênis", acrescenta.
Os pesquisadores realizaram um transplante de células-tronco capazes de transformar-se de forma espontânea em células da mesma natureza que as danificadas no pênis. A melhora das relações sexuais se manteve por um ano após o transplante.
"Se os resultados deste estudo forem confirmados por outros estudos (...) a terapia celular poderia ser ampliada para outros tipos de problemas de ereção menos graves resultantes de doenças sistêmicas como diabetes ou outras doenças vasculares", afirmou o pesquisador.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Células-tronco velhas são as culpadas pela calvície


Uma pesquisa da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio concluiu que as células-tronco presentes nos folículos capilares  são um dos responsáveis pela queda de cabelo/ calvície. O grupo desvendou o mecanismo desencadeado pelo envelhecimento e que faz com que ocorra a perda do cabelo.
No estudo foi identificado que com o envelhecimento progressivo das células-tronco fazendo com que os fios de cabelo fiquem mais finos e, com o passar do tempo, caiam.  Isso ocorre porque as células-tronco se multipliquem dando origem à células em estado maduro e não à mais células-tronco. Sendo assim o numero de células-tronco diminui e, em muitos casos não conseguem mais se renovar para dar vida a novos fios deixando o cabelo mais fino e os folículos antigos desaparecem.
Estes resultados podem ajudar para formular uma nova estratégia que os fios mantenha os fios fortes e permanentes, além de apresentarem novos caminhos para doenças associadas ao envelhecimento. Para isso, um dos possíveis tratamentos seria a utilização de células-troncos jovens para repovoar o tecido capilar, mas ainda estão sendo feitos estudos para a comprovação da eficácia e segurança da aplicação. Mas um motivo para guardar suas células-tronco ainda jovens para uso futuro.


domingo, 31 de janeiro de 2016

Pesquisa com células-tronco indica possível cura para diabetes tipo 1


Um dos avanços da medicina mais esperados pode estar próximo! Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Instituto de Células-Tronco de Harvard descreveu, esta semana, uma possível cura da Diabetes tipo 1.
De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), o Brasil é o quarto país do mundo em número de portadores de Diabetes. No ano passado, o Brasil tinha 13 milhões de portadores, número que poderá subir para 592 milhões em 2035, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes.
A equipe de pesquisadores de Harvard, liderada pelo professor Douglas Melton, mostrou ser possível substituir aproximadamente 150 milhões de células beta produtoras de insulina utilizando células-tronco.
Nos testes feitos com ratos – cujos resultados foram publicados em um dos mais respeitados jornais científicos: CELL – mostraram que as células produzidas em laboratório produziram insulina e controlaram os níveis de açúcar no sangue por muitos meses.
Entretanto o desafio é que, ao serem injetadas, as células beta podem ser destruídas pelo sistema imunológico. Pesquisas ainda são necessárias para encontrar maneiras de manter essas células dentro do corpo, para que elas se protejam da resposta do sistema imunológico e terem uma função de longo prazo antes que esta aplicação possa ser utilizada em pacientes diabéticos e  se transforme em uma cura para a doença. Mas é mais um passo no caminho da cura desta doença! 





terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tipo de célula-tronco é fator importante no tratamento da Doença de Crohn

A Doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que causa diarreia, cólica abdominal, febre frequente e, às vezes, sangramento retal. Também pode ocorrer a perda de apetite e de peso. Os sintomas podem variar de leve a grave.
A doença é notoriamente difícil de tratar. Até um terço das pessoas que sofrem de Crohn não respondem bem ao tratamento convencional.
Foi observado que pacientes com leucemia e Crohn ao fazerem o transplante de medula tinham melhora dos sintomas da doença intestinal. Com isso, o uso de células-tronco hematopoiéticas foi sugerido para tratar a doença. O transplante de medula foi proposto para pacientes com Crohn, mas por ser muito agressivo, devido ao processo de quimioterapia anterior, a abordagem foi descartada. Por este motivo, muitos grupos apostaram no uso de células-tronco hematopoiéticas para tratar a doença. Entretanto, recentemente, foi mostrado que o uso de células tronco hematopoiéticas para Crohn não leva à melhora significativa em relação à terapia convencional. 
Adultos com a doença foram submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas e, em comparação com a terapia convencional, a terapia com as células-tronco hematopoiéticas não resultou em melhora na remissão da doença em l ano. E pior, foi associado à toxicidade significativa, de acordo com um estudo publicado no dia 15 dezembro no JAMA.
A boa notícia é que o a utilização de células-tronco mesenquimais (MSC) parece promissora e pode ajudar. Já explicamos muitas vezes a diferença entre células-tronco mesenquimais e hematopoiéticas (veja aqui). Mas este é mais um motivo para ficar atento!!! Ensaios clínicos mostram que a injeção de MSC melhora muitos sintomas da doença de Crohn. Em um teste clínico, 15 pacientes foram injetados com de MSC, destes, 12 demonstraram resposta positiva ao tratamento e oito pacientes tiveram remissão total da doença.
A terapia com MSC é promissora, não somente por melhorar os sintomas de Crohn, mas também por não ser invasiva, não requer quimioterapia e tem poucos efeitos colaterais conhecidos. Mas este tratamento ainda está em testes clínicos, e ainda existem questões técnicas e regulatórias  à serem respondidas antes de trazer o tratamento com MSC ao público. No entanto, estes ensaios mostram a eficácia e segurança a longo prazo.  

Este é mais um estudo que mostra é como é importante preservar as células-tronco mesenquimais para uso futuro. O uso para Crohn e outras doenças mostra o grande potencial das células-tronco mesenquimais - um potencial podemos tirar proveito se optarmos por armazenar nossas células-tronco mesenquimais.