segunda-feira, 13 de julho de 2015

Medicina esportiva e células-tronco

O desempenho dos atletas e as organizações esportivas têm sido comprometidos pelas constantes lesões físicas e seus efeitos à longo prazo. Na tentativa de procurar alternativas aos tratamentos disponíveis, uma nova área na medicina vem mostrando sucesso em acelerar a recuperação dos atletas: a medicina regenerativa.

A maior aposta é a utilização de células-tronco, principalmente as mesenquimais, estas podem ser aplicadas em uma variedade de terapias, incluindo regeneração de ligamentos, tendões, lesões ósseas e cartilagem de joelho.
A medicina regenerativa tem ganhado mais atenção devido ao número de pesquisas patrocinadas por grandes organizações esportivas. Em 2013,  a Harvard Medical School recebeu 10 anos de concessão do multimilionário grupo da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). Este visa tratar e estudar as lesões e doenças ligadas ao esporte. Este numero só tende a aumentar, já está previsto um aumento significativo em 2017. Com um mercado de $24.700 milhões devido à alta procura dos atletas.
A Clínica Mayo, localizada em Minnesota (EUA) chama a terapia de uma "área de jogo de mudança da medicina", oferecendo terapia eficaz para as pessoas cujas lesões não podem ser reparadas pelas técnicas atuais. Especialistas acreditam que o campo combina a biologia celular, medicina tradicional e física, é uma promessa para o tratamento de inúmeras condições.
Desta maneira, com o avanço da medicina regenerativa, a medicina esportiva conta com o uso de células-tronco como uma alternativa para as técnicas atuais.
Um dos casos mais famosos no cenário esportivo é de Rafael Nadal. O tenista vem realizando desde o final do ano passado um tratamento com células-tronco para aliviar os problemas em suas costas. As dores na região o atrapalharam durante grande parte desta temporada. O procedimento é realizado para acelerar a recuperação das cartilagens e o processo é extremamente similar ao que Nadal foi submetido em seu joelho no ano passado.
Outro atleta que passou por tratamento com células-tronco foi um dos melhores quarterback da história da NFL Peyton Manning.  Ele realizou um tratamento experimental com células-tronco para a sua lesão no pescoço. O tratamento surtiu efeito e Manning voltou a atuar no futebol americano na temporada 2014-2015.
Astros da NBA como Kobe Bryant e Paul Gasol também já realizaram tratamentos com células-tronco para curar suas lesões no joelho e tendão, respectivamente.
No MMA quem se utilizou do tratamento com células-troncos foi a lenda e um dos primeiros lutadores o brasileiro Rodrigo Minotauro. Ele que realizou um tratamento em janeiro deste ano, em Kansas (EUA), garantiu que está tendo resultados positivos com o método.
“Fui aos Estados Unidos, no estado de Kansas, onde tem uma clínica que fazem um tratamento de células-tronco, que tiram célula de gordura das costas, três seringas grandes, e aplicam nas articulações. Apliquei no joelho, no quadril, cotovelo e isso estimula o crescimento da cartilagem. É uma coisa inovadora, uma técnica nova. Eles já fizeram em 153 pacientes nesse lugar, então já estão com o tratamento adiantado há um ano. Fiquei feliz de ter esta oportunidade e estou tendo resultados positivos na questão da dor. Não deixo de fazer minha fisioterapia de sempre, que é a responsável por eu estar curado do meu quadril, mas fiz isso para dar um reforço a mais. Estava precisando, fiz a cirurgia há um tempo e resolvi fazer para ficar 100. Já deu para sentir uma melhora na dor que vinha sentindo nas costas”, disse Minotauro em entrevista ao Canal Combate.
Outro caso recente foi da brasileira Laís Souza que em abril de 2014, durante os treinos com esqui em Salt Lake City (EUA), sofreu uma queda e se chocou contra uma árvore, acidente que ocasionou uma lesão grave na coluna da atleta brasileira, afetando a medula espinhal. Ela acabou sofrendo uma lesão na terceira vértebra (C3) da coluna cervical e um deslocamento e compressão das demais localizadas abaixo, o que a deixou sem movimentos de braços e pernas.
Considerada irreversível pelos especialistas, já que o tecido neurológico tem capacidade mínima de autorregeneração, realizou um tratamento experimental com células-tronco no Miami Project to Cure Paralysis, nos Estados Unidos. A resposta da brasileira apesar de lenta, mostrou-se eficiente. Atualmente, Laís já tem uma sensibilidade fina nos pés, as vias sensitivas estão passando através da lesão, não está tudo parado e novos tratamentos serão realizado na atleta.
Todos estes tratamentos ainda estão em fase experimental, e por isso não podem ser cobrados. No Brasil a StemCorp está envolvida em diferentes testes clínicos incluindo um que visa a regeneração da cartilagem do joelho. O importante agora é armazenar suas as células-tronco mesenquimais para serem utilizadas em caso de uma lesão. Uma vez que no futuro próximo estes procedimentos poderão ser realizados como rotina e suas células-tronco estarão prontas para serem utilizadas!