O desempenho dos atletas e as organizações esportivas
têm sido comprometidos pelas constantes lesões físicas e seus efeitos à longo
prazo. Na tentativa de procurar alternativas aos tratamentos disponíveis, uma
nova área na medicina vem mostrando sucesso em acelerar a recuperação dos
atletas: a medicina regenerativa.
A maior aposta é a utilização de células-tronco,
principalmente as mesenquimais, estas podem ser aplicadas em uma variedade de
terapias, incluindo regeneração de ligamentos, tendões, lesões ósseas e
cartilagem de joelho.
A medicina regenerativa tem ganhado mais atenção devido
ao número de pesquisas patrocinadas por grandes organizações esportivas. Em
2013, a Harvard Medical School recebeu 10 anos de concessão do
multimilionário grupo da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). Este visa
tratar e estudar as lesões e doenças ligadas ao esporte. Este numero só tende a
aumentar, já está previsto um aumento significativo em 2017. Com um mercado de
$24.700 milhões devido à alta procura dos atletas.
A Clínica Mayo, localizada em Minnesota (EUA) chama a
terapia de uma "área de jogo de mudança da medicina", oferecendo
terapia eficaz para as pessoas cujas lesões não podem ser reparadas pelas
técnicas atuais. Especialistas acreditam que o campo combina a biologia
celular, medicina tradicional e física, é uma promessa para o tratamento de
inúmeras condições.
Desta maneira, com o avanço da medicina regenerativa,
a medicina esportiva conta com o uso de células-tronco como uma alternativa
para as técnicas atuais.
Um dos casos mais famosos no cenário esportivo é de
Rafael Nadal. O tenista vem realizando desde o final do ano passado um
tratamento com células-tronco para aliviar os problemas em suas costas. As dores
na região o atrapalharam durante grande parte desta temporada. O procedimento é realizado para acelerar a recuperação das cartilagens e
o processo é extremamente similar ao que Nadal foi submetido em seu joelho no
ano passado.
Outro
atleta que passou por tratamento com células-tronco foi um dos melhores quarterback da história da NFL Peyton Manning. Ele realizou um
tratamento experimental com células-tronco para a sua lesão no pescoço. O
tratamento surtiu efeito e Manning voltou a atuar no futebol americano na
temporada 2014-2015.
Astros
da NBA como Kobe Bryant e Paul Gasol também já realizaram tratamentos com células-tronco
para curar suas lesões no joelho e tendão, respectivamente.
No
MMA quem se utilizou do tratamento com células-troncos foi a lenda e um dos
primeiros lutadores o brasileiro Rodrigo Minotauro. Ele que realizou um
tratamento em janeiro deste ano, em Kansas (EUA), garantiu que
está tendo resultados positivos com o método.
“Fui aos Estados Unidos, no estado de Kansas, onde tem uma clínica que
fazem um tratamento de células-tronco, que tiram célula de gordura das costas,
três seringas grandes, e aplicam nas articulações. Apliquei no joelho, no
quadril, cotovelo e isso estimula o crescimento da cartilagem. É uma coisa
inovadora, uma técnica nova. Eles já fizeram em 153 pacientes nesse lugar,
então já estão com o tratamento adiantado há um ano. Fiquei feliz de ter esta
oportunidade e estou tendo resultados positivos na questão da dor. Não deixo de
fazer minha fisioterapia de sempre, que é a responsável por eu estar curado do
meu quadril, mas fiz isso para dar um reforço a mais. Estava precisando, fiz a
cirurgia há um tempo e resolvi fazer para ficar 100. Já deu para sentir uma
melhora na dor que vinha sentindo nas costas”, disse Minotauro em entrevista ao
Canal Combate.
Outro caso recente foi da brasileira Laís Souza que em
abril de 2014, durante os treinos com esqui em Salt Lake City (EUA), sofreu uma
queda e se chocou contra uma árvore, acidente que ocasionou uma lesão grave na
coluna da atleta brasileira, afetando a medula espinhal. Ela acabou sofrendo uma lesão na terceira vértebra (C3) da coluna cervical
e um deslocamento e compressão das demais localizadas abaixo, o que a deixou
sem movimentos de braços e pernas.
Considerada
irreversível pelos especialistas, já que o tecido neurológico tem capacidade
mínima de autorregeneração, realizou um tratamento experimental com
células-tronco no Miami Project to
Cure Paralysis, nos Estados Unidos. A resposta da brasileira apesar de lenta,
mostrou-se eficiente. Atualmente, Laís já tem uma sensibilidade fina nos pés,
as vias sensitivas estão passando através da lesão, não está tudo parado e
novos tratamentos serão realizado na atleta.
Todos estes tratamentos ainda estão em fase experimental, e por isso não podem ser
cobrados. No Brasil a StemCorp está envolvida em diferentes
testes clínicos incluindo um que visa a regeneração da cartilagem do joelho. O
importante agora é armazenar suas as células-tronco mesenquimais para serem
utilizadas em caso de uma lesão. Uma vez que no futuro próximo estes
procedimentos poderão ser realizados como rotina e suas células-tronco estarão
prontas para serem utilizadas!
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