Uma
simples injeção de células-tronco pode aliviar a dor nas costas por até três
anos e acabar com a epidemia de remédios como os opióides, que agem
no sistema nervoso e mataram 33 mil pessoas por overdose nos EUA apenas em
2015.
O tratamento com células-tronco pode finalmente
trazer alívio à milhões de pessoas que convivem com a dor lombar crônica. A terapia
pode se tornar uma ferramenta crucial no combate à epidemia de opióides que atualmente
mata milhares de pessoas nos Estados Unidos.
A overdose de opióides quadruplicaram desde do ano
de 1999 nos EUA, os casos os representaram 33 mil mortes em 2015. Muitas dessas
mortes são de pacientes portadores de dor lombar crônica que se tornam viciados
em drogas como oxicodona, hidrocodona ou metadona para aliviar a dor. É um
problema de saúde publica tão comum que afeta cerca de 28 milhões de pessoas
nos EUA. A crise é tão grande que recentemente foi pauta de um documentário da HBO.
As células-tronco vem como possível solução para
acabar com a dor lombar sem uso de opioides. As células são injetadas entre as
vértebras, cada dose contém cerca de 6 milhões de células. Foi verificado que
elas reduzem a inflamação e secretam fatores que ajudam a reconstruir o tecido
danificado. Em experimentos em ovelhas, essas células reconstruíram
completamente os discos vertebrais danificados.
"Em 100 pacientes, foi observada melhora
substancial na função e alívio da dor, efeito que durou dois anos ou mais. Se
os resultados se repetirem nos testes maiores que estamos fazendo, podemos
esperar que as pessoas se afastem dos opióides", disse Silviu Itescu da
empresa Mesoblast em Melbourne, na Austrália.
As células estão sendo testadas especificamente
para tratar a doença degenerativa do disco que representa cerca de 22% dos
casos de dor lombar crônica nas costas. Os discos entre nossas vértebras atuam
como amortecedores, mas podem secar por desgaste ou envelhecimento. Isso faz
com que eles se encolham, reduzindo seu poder de amortecimento e potencialmente
pinçando nervos. A lesão no disco também pode desencadear inflamação, o que
agrava ainda mais a condição.
Uma injeção das células foi suficiente para ajudar
metade daqueles tratados a não sofrer dor nas costas durante dois anos. Alguns
participantes já ficaram isentos de dor por três anos.
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