O risco de formação de tumores sempre foi um dos principais problemas ao uso clínico de células-tronco embrionárias. Em um estudo publicado na revista Frontiers in Cellular Neuroscience, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descrevem um novo método de cultivo capaz de inibir o desenvolvimento de tumores, depois que as células são injetadas no organismo.
Para isso, os cientistas utilizaram a mitomicina - droga antitumoral que já é usada há vários anos para o tratamento de tumores sólidos do pâncreas e do sistema gástrico. Os pesquisadores adicionaram essa substância ao meio de cultura das células-tronco embrionárias, imaginando que ela poderia inibir a tendência das CTEs de formar tumores. O resultado foi positivo, pelo menos nos camundongos.
O experimento foi feito usando um modelo animal de Parkinson que tiveram o cérebro lesionado de uma maneira específica para mimetizar os efeitos da doença no cérebro humano.
Nos camundongos com “Parkinson” que receberam injeções de CTEs com mitomicina recuperaram quase que completamente o controle dos movimentos que haviam perdido (foram “curados” do Parkinson, por assim dizer). Já os animais que receberam CTEs não tratadas com mitomicina, por sua vez, até melhoraram um pouco, no início, mas todos desenvolveram tumores no cérebro e acabaram morrendo algumas semanas depois. Enquanto que os camundongos que receberam uma injeção inócua, sem células-tronco, continuaram do mesmo jeito: não desenvolveram tumores, tampouco melhoraram da lesão.
Apesar dos resultados positivos, ainda é cedo para testar essas células em pacientes humanos. Uma das dúvidas em aberto é se as células-tronco ficam localizadas no local da lesão, onde são injetadas, ou migram para outras regiões do cérebro e do corpo.
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